O conflito entre Rússia e Ucrânia deve gerar impactos na economia mundial e trazer consequências indiretas para o Brasil.
Com a invasão russa às terras ucranianas, a importação de fertilizantes e insumos agrícolas do Leste Europeu deve ficar comprometida. O Brasil depende de fertilizantes importados e a Rússia é a maior fornecedora de insumos.
Além disso duas culturas que já estão sentindo os reflexos do conflito, são o milho e o trigo, uma vez que os países respondem por 19,5% da oferta mundial do milho e 28,3% do trigo. A Ucrânia é líder na produção de milho, caso houvesse uma retirada do país do mercado internacional, haveria uma diminuição da oferta de cultivo, consequentemente ocasionando uma alta no preço do grão, o qual é muito usado na produção de ração, aumentando os custos de produção na pecuária e das carnes nas prateleiras afetando diretamente o consumidor.
A Rússia compra commodities e carnes do Brasil. Em relação aos produtos agropecuários o país europeu ficou em 22ª posição dentre os maiores importadores, com US $1,27 bilhão adquiridos em 2021 (participação de 1,06%), segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Outra cultura que pode ser impactada é a soja, com a alta do preço do milho e do trigo, mesmo os países não sendo produtores relevantes da oleaginosa.
Segundo a instituição financeira, outros dois produtos que podem ser beneficiados em um primeiro momento, são o açúcar e o algodão. A alta do petróleo, que superou a barreira dos US$ 100, reduz a competitividade de fibras sintéticas e favorece a oferta de biocombustíveis. Assim, a produção de açúcar é impactada.
“Talvez um cidadão comum urbano tenha uma imagem de que é só plantar, que tudo dá no Brasil. Isso não é verdade. Os nossos solos são, em grande parte, pobres em nutrição e a gente precisa corrigir a capacidade nutricional para ter produtividade”, diz Mizumoto.
Apesar da população não se preocupar com esses problemas, isso afeta diretamente o consumidor, pois os alimentos terão uma alta no valor.